terça-feira, 27 de outubro de 2009

Desabafo que não me envaidece

Ontem o sono levou-me com a cara gelada de lágrimas. Em segundos era dia - porque o relógio assim o quis - lá fora estava escuro e o gelo da minha cara, via-o agora do lado de lá da janela. Como o mundo não pára e a roda dentada do meu destino, tanto encrava como engrena, tinha à minha espera uma luzita, ténue, mas sim... uma luz, uma mão para eu me agarrar com a mesma força a que me agarro quando decido vilipendiar a minh'alma. Uma entrevista espera-me. Estou cansada da forçada esfera privada. Dependente e inútil. Depois de trabalhar não entendo como é possível preferir o encosto dos subsídios, o pijama o dia inteiro, a roda mórbida do centro de emprego... Não sendo opção própria não me conformo com a minha bela esfera privada. Não sou melhor mãe por estar 24 horas com o meu pequeno guerreiro de olhos não garços. Desejem-me sorte...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Viandante

Dos meus alvéolos aos bagos de pó bailarinos.
Anseio-te aqui dentro.
Como amor, amante e de meu corpo, viandante!

Em cada trinca na minha carne,
Quero boatos orvalhados e soalheiros.
Fragrâncias antípodas e nativas,
Como só tu sabes amalgamar.

Quero autenticar a poeira de aquém no teu suor,
Saborear nas tuas palavras sublimadas o que não vi.
Saber-me ininterruptamente ao pé de ti.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nevoeiro de Laboreiro

Hoje viajei por entre vapores.
Fiz parte de uma narrativa,
onde se combinaram medos e amores.

De cada vez que o nevoeiro se ia,
no retrato era um apaixonado que se via.

Porém, quando tudo se escondia na túnica branca,
vinha o medo, vinha o pranto...

e um vulto supliciado que se desvendava na fotografia.

Castro Laboreiro
3 de Março de 2007

Pensamento

Encenamos um dialecto nosso só, o do corpo e da lágrima que o retoca, o da gota que flui até à boca, o do quente e frio, do vazio, do longe que nunca se faz perto, do conto e do recontado, do que foi feito e não mais dissolvido, do acídulo do passado e do futuro que nos alimenta.