sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O primeiro "CONTículO"

Subo, desço, sento-me no terceiro de nove degraus.
Na parede as minhas mãos encontram, de olhos fechados, o rasto distinto pelo tempo. Como encaixam bem, são sempre as minhas sozinhas.
No chão, os degraus descobrem-se onde os grãos de pó se casam em descontraída poligamia… As minhas pegadas robustas calcam e desenham o pó celibatário. Ficam marcadas.
Depois de mim, alguém passou. Sei-o pela parede, pelo seu murmurar amedrontado, que me faz reparar num rasto de mãos que não é meu.
No chão, pés limpos que repisam as pegadas já marcadas, não ficam registados. Alguém subiu a minha escada anonimamente.
Absurdo este… comodidade talvez? Pisar unicamente onde alguém já pisou.
Apanho-o ao descer.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Telhas, telhado, tecto...e Céu!

Gosto das telhas, vermelho tijolo. Não gosto que me obriguem a abrigar-me sob um telhado. 
Como são bonitos os tectos de estuque antigo trabalhado. Como custa tocar-lhes. 
Telhas, telhado, tecto...e Céu! 
Obrigam-me a viver debaixo dele, Flagelo-me por não o conseguir alcançar.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Em Peste a contemplar Buda...

Algures do lado de cá foi gerado o ser mais perfeito e delicado e lindo que se viu...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

o pequeno guerreiro do Minho

Olhos negros e rasgados.
Cabelo crespo e dourado.
Rosto alvo e rosado.
Corpo esguio e desenvolto.
Dedos nervosos em mãos ansiosas.
Pés desenhados, perfeitos...
Perninhas titubiantes,
Ao comando de vontades caprichosas.


Sim, um dia foste assim, meu pequeno guerreiro do Minho... Capricha sempre nas vontades.