sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O primeiro "CONTículO"

Subo, desço, sento-me no terceiro de nove degraus.
Na parede as minhas mãos encontram, de olhos fechados, o rasto distinto pelo tempo. Como encaixam bem, são sempre as minhas sozinhas.
No chão, os degraus descobrem-se onde os grãos de pó se casam em descontraída poligamia… As minhas pegadas robustas calcam e desenham o pó celibatário. Ficam marcadas.
Depois de mim, alguém passou. Sei-o pela parede, pelo seu murmurar amedrontado, que me faz reparar num rasto de mãos que não é meu.
No chão, pés limpos que repisam as pegadas já marcadas, não ficam registados. Alguém subiu a minha escada anonimamente.
Absurdo este… comodidade talvez? Pisar unicamente onde alguém já pisou.
Apanho-o ao descer.

3 comentários:

  1. as tuas palavras parecem dançar e quem te lê não pode fugir ao ritmo delas. :)

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  2. Entre as subidas e as descidas, não pares minha qurida amiga. Dá mais de ti. Sê um sumarento fruto que mata a sede das palavras.

    Vai ao encontro do eco de quem procura,
    fica bem num dia de palavras mal coradas de Sol.
    josé movilha

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  3. Não pares minha querida amiga. Tens sentimento, percebes o vento, não te é estranha a linguagem dos passáros. Onde andas tu?...
    Não me equeço do teu gentil contacto.
    Fazes-nos falta!... Vem e não demores.

    Do amigo
    josé

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